November 30, 2005

Poética Vida

Sem modéstia, à minha moléstia


Não sei o motivo, mas tenho escapado à minha própria natureza. Sempre gostei de escrever, mesmo que as letras saíssem de modo despretencioso. Ouvia o meu coração, sem pôr em dúvida o que pensava. Também estava longe de ser um fiel cego, como aqueles jovens escritores novatos, às minhas humildes obras.
Não, não foi isso. Teria sido algo "estranho" que me fez descarregar nas folhas essa atitude negativa diante do mundo. Grafo cada linha com uma excessiva quantidade de advérbios de negação.
Porém, o que me irrita é que não tenho o controle de tudo isso. Bendita a hora em que o meu inconsciente resolveu "pregar uma peça" em mim ao afetar o estilo que defendo. Rezo todos os dias para que essa tempestade infernal passe de uma vez. Estou ansioso para escrever, embora as letras se reneguem a corroborar comigo.
Sou vítima da criatura que criei. A minha arma contra os sortilégios, ou eventualidades do mundo, dispara direto ao meu coração. As lágrimas, que prefiro evitar, são poucas para expressar o que sinto agora. Quero ajudar aos outros, mas esse trauma funesto insiste em segurar a mão direita da vida.
Pedi perdão por meus erros. sacrifiquei-me por quem mais amava e não sei onde fui parar. Parece-me que o mundo deixou de me ouvir e propôs um desafio que, até o presente momento, está indecifrável.
Ser poeta pode ser doloroso, enquanto a maioria das pessoas tem esquecido a poesia. Defendo, apenas, esse ato poético de encarar a vida. Poetar, para mim, não é brincar com as palavras para deleite alheio. Um poeta entrega-se de corpo e alma àquilo que faz. Talvez seja isso que tenha me atordoado os últimos dias. A triste constatação sobre a minha poética vida.

3 Kommentare:

ideiasaderiva hat gesagt…

Fala Rômulo, vamos nós de novo... Espero não tá enchendo o saco (bem legais os comentários da Tatiana,hein?).

Seguinte, acabou a rasgação de seda, vamos pra briga (rs). Meu caro, sou poeta desde os 9 anos de idade e isso não quer dizer nada. Queimei mais de 98% do que fiz, claro. E isso também não diz nada. Apanho como um louco para fazer um texto novo (os blogs são o campo da permissividade, graças ao deus dos pequenos talentos e neles me exercício sem esforço)... E isso também...

Me preocupa a sua 'grande catástrofe' de ser poeta... as grandes verdades do Poeta ou do Poetar me assustam... apanhamos como cachorros para fazer um texto que não nos envergonhe, mas, fazer o grande, o texto excelente... bem, isso nós não dominamos... não temos domínio sobre a excelência, embora para ser mediocres basta respirar...

Tudo isso era pra falar o quê mesmo? Ah, tá... deixa o teu coração descansar... deixa o ser poeta curtir um final de semana em Fernando de Noronha... trabalhe seu texto e leia, leia e leia e leia... Deixa que a gente te chama de poeta. Não me dê seu cartão...

Bem, não sei se fui claro... é que tou meio grogue da 'farra da vaca louca'... uma doença que me acomente de tempos em tempos... rs. Superabraço.

Rômulo Souza hat gesagt…

Olá Max. Gostei da sua crítica. No entanto, devo-lhe dizer que a minha catástrofe é de outra natureza. Amo ser poeta, poetar... O maior problema é quando as pessoas me vêem superficialmente, atribuindo valores à minha pessoa. Não sei se entendi, mas não ofecereço um cartão como você disse. Eu apenas sou aquilo que defendo. Um jovem e, sobretudo, humilde poeta que transforma tudo na vida em poesia. Não acredito que existam grandes Verdades. Só não aceito que as pessoas criem Verdades ao meio respeito. É isso que me afeta às vezes. Escrevo, repito sempre, com o coração. Triste daqueles que julgam o que escrevo... Aceito críticas como a sua e não julgamentos, como os recebidos em alguns momentos de minha vida.

Um abraço de seu amigo,


Rômulo

ideiasaderiva hat gesagt…

Rômulo,
creio que lhe entendi... o meu enorme blablabla (às vezes, tenho dificuldades de concisão) só queria dizer (e isto é um paradoxo já que nunca li nada seu - exceto, claro, post no blog, campo que considero de permissividade excessica) é: brigue com seu texto, brigue muito e fatalmente ele dirá que você é um poeta.

Nos mais, com sinceridade, as críticas fizeram mais pelo meu texto (e por mim) do que os elogios.

Abraço, meu irmãozinho.