Dezember 26, 2005

O uno não é individual

Esse ano trouxe-me diversos acontecimentos de distintas direções. E nada melhor do que tentar reconstruí-lo nesse momento em que “as luzes se apagam”. O ano novo se aproxima e não quero que 2005 seja esquecido. Podem me chamar de nostálgico, mas tenho certeza de que tudo “não foi por acaso”.
No primeiro semestre, mergulhei em exercícios, trabalhos e obrigações. Procurava um motivo em todas as ações que pratiquei. Até iniciava, com um amigo, a formação de um grupo de estudo de filosofia na escola onde iria lecionar algumas aulas de literatura.
Sem perceber, fortalecia a minha alma nas discussões com cada integrante daquele projeto. No entanto, não deveria esquecer do templo sagrado que a guardava desde o meu nascimento.
Ele entrou em ruínas no segundo semestre. Mas uma frase poderia resumir o trágico acontecimento: “Caímos para aprender a levantar!” Batman Begins (quem diria) também foi cultura...
Isso mesmo! Voltando ao meu objetivo, aprendi a significar os eventos mínimos da vida. Fiz uma viagem ao si que deverá continuar em 2006.
Conheci, também, novas pessoas que dignificaram a minha existência. Todos, distintamente, fizeram-me reconstruir o que a sociedade insiste em nos roubar. Hoje, possuo (sim, esse é o verbo) uma essência renovada pelo encontro com pessoas maravilhosas. Embora tenha encontrado (confesso) algumas em situações conturbadas, elas me reeducaram a ser quem sou.
Estreitei velhos laços de amizade, como o Salvador, a Vera, o João Carlos, a Isabel, o João Célio, a Marianna, o Oswaldo e outros, igualmente, valiosos. Ganhei, também, amigos maravilhosos que me trouxeram interessantes experiências.
Alguns quases intensos, como a Clarissa e o Ivan, que pareciam me conhecer, muito antes de mim. Outros misteriosos pessimistas, como o Otávio e o Marlon, traziam a realidade à minha porta, através de seus textos. Por último, e não menos importantes, lembro do silabado Fabiano Morais e do, meu irmão de reflexões paradoxais, Max.
Espero, entretanto, que os não-citados entendam a sua igual importância no meu coração poético. Antes que reclamem, com razão, peço que lembrem de que a minha família foi a mais prejudicada nessa lista, por não apresentar nenhum nome. Bom, essa polêmica é a única característica imutável em minha personalidade. Kiekergaard a resumiria em um trecho de seu livro:“(...) um eu que não quer ser eu! (...)”
E o interessante é que nem isso posso dizer (ou escrever) mais. Esse ano me fez entrar no processo de reconhecimento da minha personalidade. Já não vou me assustar se, em 2006, encontrar um Rômulo defensor da sua antiga máxima: “O uno não é individual.”


2 Kommentare:

ideiasaderiva hat gesagt…

Meu jovem Rômulo, bom encontrá-lo renovado neste sempre apagar das luzes, nestas efemérides das Casas Bahias e das Lojas Americanas, nesta ciranda de Shoppings e presentes... porém, sou também um pessimista chatíssimo; claro, que há outra coisa, é palpável; meus olhos é que, de má vontade, colocam-se surdos... enfim, sigamos que é o que nos resta (rs).

Meu caro, a amizade é uma troca. A amizade é uma formato do tal Amor - talvez, o único não egocêntrico. Tamojunto e em 2006 temos uma nova gincana do Conversando, e nela, seria muito legal que nos oferecesse um pouco de filosofia... até porque alguns filósofos foram excelentes escritores... você pode nos mostrar quando este "hímen" se rompe... abraço.

Anonym hat gesagt…

Já conversamos mto sobre esse ano de 2005... e espero q em 2006 seja uma continuidade desse ciclo e que tudo que ficou pendente aconteça ou se solidifique...gostei de ser citada, espero que nossa amizade continue...
bjsss