O que era óbvio para culturas milenares deixou de ter importância em nossa sociedade: A compreensão do sacrifício, em outras palavras – SACRO-OFÍCIO, por uma meta elevada e espiritual. Diria que precisamos entender a morte para vivermos.
A própria escrita “mata” o autor para que os seus pensamentos permaneçam eternos. Talvez esse mistério siga a lógica dessa morte simbólica. Podem me chamar de existencialista, ou qualquer outra denominação, mas lembre-se de que a sua ação exterminará todo o sacrifício dessa reflexão.
Já faz um tempo que me esforço para escrevê-la diante da decadência em que estamos. Ninguém se preocupa em compreendê-la, porque muita gente não se dispõe a se sacrificar por alguém, ou algo.
No momento atual, somos, com mais freqüência, sacrificados por aqueles que mais amamos. E, também, as pessoas pensam que a vida sempre vencerá a morte. Entretanto, não há vitórias quando tratamos de relações espirituais.
Você confia no amor, que lhe oferecem, quando ele vem carregado por uma “síndrome suicida”. É assim na amizade, no namoro e em todas as relações afetivas distintas que alimentem compromisso entre os parceiros.
Você não cobra, de um amigo, a amizade ou, do ser amado, o amor. Mas nunca espera que a pessoa possa lhe oferecer a própria vida em troca de alguns minutos de felicidade.
Grandes heróis deixaram o seu nome na história por amarem as suas metas. Na maioria das vezes, elas eram coletivas e transformaram aqueles minutos, escritos no outro parágrafo, em vida eterna.
E, hoje, deduzo que não há tempo para a morte. Vejo todos enveredarem pelo caminho inverso do Sacro-ofício, em prol daquilo que Schopenhauer chamaria de efêmero. Por isso, chegou a hora da minha morte nessas linhas. Aqui “jaz” um poeta.
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