Februar 08, 2008

Você? Não é possível!

Taí..pela primeira vez venho ao meu blog sem nenhuma idéia na cabeça. Talvez porque tudo tem sido revirado com bastante freqüência dentro dela. Não gosto de escrever dessa maneira, apesar do meu estilo se aproximar sempre do desabafo. A última tempestade me pegou de surpresa, enquanto pensava o quanto estou voltando a ser uma pessoa rude, como na minha infância. Por isso que não acredito em crianças ingênuas..não fui uma..rs
Hoje, tudo mundo se surpreende quando ouve as minhas histórias. É insuportável ouvir sempre: - Você? Não é possível! E , de qualquer forma, até entendo as pessoas porque acho que agiria dessa mesma forma. Mas aprendi a não confiar nas imagens que as pessoas projetam para gente. Imagens são criadas por palavras que nunca conseguem captar fielmente o que somos.
Isso me faz um estranho na própria profissão em que escolhi. O que me fez repensar um antigo sonho: tentar medicina. Sim, na infância queria ser mesmo era ser médico e cuidar de todos. Minha mãe orgulhosa dizia que seria o médico da família. O que me faria enfrentar todos os obstáculos do curso. Custo, concorrência, firmeza na profissão (afinal, médico sempre precisa ser ótimo!) e outras coisas que assustam qualquer um que se propõe a salvar vidas.
Não pensava em escrever nada. Chegar perto de um livro então, nem pensar.. Passava quase um dia inteiro pelo quintal catando coisas, mexendo com a terra e ajudando o meu amigo Rafael (onde estaria ele? Ele queria ser arquiteto) a criar cabanas, construir setas, etc..
No entanto, era conhecido pelos palavrões proferidos (nem sabia o que era essa palavra..haha), pelas brigas na escola e pelo enfretamento com a professora. Um dia uma me falou: Você ainda estará desse lado Rômulo! Praga de professora pega também...rs Enfim, todos tinham medo de mim e era conhecido por toda a turma. Até os Cdfs não sabiam como o bagunceiro do Rômulo tirava boas notas. E aquele menino atrevido dizia: - Eu estudo.
Daí também não entender porque os bagunceiros de hoje não estudam. O interesse em aprender não tenha a ver com a Escola. O interessante é que nunca imaginaria em ter a vida que tenho hoje. Fico, então, pensando às vezes no que aconteceria comigo se agisse do jeito que agia até a minha adolescência.
Com anos, fui aprendendo a falar na hora certa e a ouvir aos mais velhos. Esse foi o primeiro passo. Depois já não conseguia brigar com ninguém. Não tinha graça...o meu oponente chorava, enquanto só sentia ódio e não desistia. E quanto à medicina? Seria um bom médico? A minha mãe queria que fosse pediatra. Eu preferia clínico geral. Este pra mim era médico de verdade..via as piores feridas.
Hoje, fui domado pelo jeito poético bucólico, embora goste mesmo do Sturm und Drang da vida..rs A minha rudeza não foi embora e volta paulatinamente (há quanto tempo não escrevia essa palavra) ao meu jeito de ser. Em setembro, esse novo ciclo de transformação irá se fechar com um quarto de século de existência. Bom...só o tempo dirá. Mas muita gente só valoriza os vilões da história mesmo. Não quero ser mal claro, até porque não acredito que exista mal ou bem. Só espero não ter ocultar certas histórias, como fiz em minha infância.

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