Dezember 05, 2005

Uma breve homenagem....

Em homenagem àqueles que entenderam a minha crítica sobre o concurso dos blogueiros malditos, decidi expor um texto que saiu, após uma tempestade de idéias, em relação ao último tema proposto pela comunidade: "Se eu fosse Deus por um dia..."

O arrependido

Ontem, sonhei que era Deus por um dia. E, para a minha surpresa, arrependia-me por ter aquela experiência quase real. Os “homens” não acreditavam em nenhum de meus mandamentos.
Sentia-me impotente diante dos poderes que tinha. Não adiantava presenteá-los com as maiores riquezas de nossas vidas. Eles não respeitavam as “costelas” como deveriam. Transformavam-nas em objetos de desejo e valorizavam, apenas, as aparências desses.
Por outro lado, algumas mulheres aceitavam a sua condição primitiva. Ficavam em posição subalterna para usufruir do vil metal que entregou o meu filho à pena de morte.
Os pães estavam em subtração. As pessoas morriam de fome, enquanto os mais privilegiados ignoravam essa situação. O conceito de fraternidade extingui-se, dando origem à programas como “Big-Brother”. Sim, era um Deus em nosso tempo.
As crianças, presentes do meu espírito, eram maltratadas por seus pais. Esses denegriram a imagem em semelhança que, também, havia lhes atribuído. Aqueles pueris seres recebiam a carga e a culpa daqueles que deveriam garantir-lhes o futuro. O tradicional e o novo, então, afastavam-se ainda mais.
Os pecados deixaram de ser capitais em prol do “capital”. Num breve passeio, poderia vê-los em todos os lugares naturalmente. Até o “templo de Pedro” estava manchado pela luxúria.
A cobiça aparecia copiosamente em um país chamado Brasil. Isso acontecia, simultaneamente, com a indolência dos poderosos de lá! Mas outros países do mundo não podiam ser isentados disso.
A avareza das grandes potências gerava eventos esportivos luxuosos, como o U.S. Open, enquanto milhares de pessoas sofriam a miséria nos países de terceiro mundo. Ainda me assustei com o vigor da gula. A sua tendência universal era expressa pelo desejo excessivo dos humanos por tudo. Ninguém ficava satisfeito com nada.
Os escrivãos, grandes inimigos do período bíblico, continuavam o seu martírio. Eram poucos os que escreviam com o coração. Às vezes, os intelectuais compartilhavam da mesma vaidade. Iam contra à minha palavra sem, antes, pensarem sobre o que lhes tinha avisado.
Eu, somente, defendia o ser humano. Não me preocupava com a Verdade defendida por eles. A meu ver, a Verdade era a de que devia calar-me por milênios. No entanto, perdia a minha condição de divindade quando sentia a ira diante de tudo aquilo. Arrependia-me de ter aceitado o posto.
Mesmo assim, deveria saber que o pior estaria por vir. Já havia tomado consciência de minha finitude, mas pensava que tudo melhoraria quando acordasse. “Ledo engano”! Acordei no inferno...

2 Kommentare:

Vanessa Anacleto hat gesagt…

Ê , Rômulo. Vc parece um maldito, sim. Deveria se divertir no nosso concurso. Ás vezes o pau quebra lá mas , faz parte :-).

abração.

Rômulo Souza hat gesagt…

Obrigado pelo comentário. Mas ainda não mudei de opinião sobre a minha decisão. Esse texto foi feito mesmo para pessoas sensatas como você que sabem separar a crítica de interesses pessoais. E, assim que estiver menos ocupado, passarei no seu blog para deixar um comentàrio.

Um abraço,

Rômulo