März 07, 2006

O Sol e a solidão



Um menino solitário sorri na escuridão de seu quarto. As suas lágrimas não conseguem corresponder à sua expressão oculta, enquanto o sol nasce lá fora. O espaço é testemunha daquele sofrimento velado que denuncia o que sua alma percebeu diante da realidade.
Ele tateia o vazio, com as mãos, em busca de algo. Lembra, então, do afeto recebido por pessoas que eram suas amigas. No entanto, isso se desfaz com a queda das lágrimas inocentes. Há um vazio preenchido por lembranças amorosas antigas. Desistiu do amor.
A sua mãe grita da sala, mas ele não escuta. Pobre menino! Sorve o sofrimento único de seu delírio. E o seu devaneio não era tão impossível assim...Queria que o amor prevalecesse sobre as atitudes contraditórias da vida ingrata em que se encontrava. Desistiu do sonho.
Algumas brechas de sua janela delineavam o brilho do sol que emergia do horizonte. Iria, em breve, receber a luz que iluminaria as trevas daquele quarto. Não estaria mais sozinho, embora o mundo insistisse em isolá-lo do âmbito social. Desistiu da solidariedade.
Mas sempre há otimismo nisso tudo. Pelo menos de minha parte. Espero que o sol chegue rápido e destrua os seus fantasmas. Só o rei do sistema solar poderá dar vida a esse quarto sombrio... O menino precisa de energia para não desistir da única substância importante do mundo: O seu próprio Ser. A luz do Eu iluminará, em algum momento, a obscura solidão de nossos tempos e, quem sabe, mostrar-lhe que a esperança ainda está em seu coração.

3 Kommentare:

Ricardo Pereira hat gesagt…

lembrei-me de quando era um jovem poeta, hoje nem velho poeta eu sou, sou apenas o que me resta...

Tatiana hat gesagt…

Nda melhor para afastar as trevas do que a lUZ. Então, que se faça LUZ!!!

Anonym hat gesagt…

Enfim, voltei aqui ...

Fale p/ o menino que só ele pode fazer algo por ele .A luta é diaria ...
bjsss