Sei que esse texto é um pouco "pesado", mas foi o último escrito que saiu desse mente, antes que vivesse esse período de descanso. Estou um tempo sem escrever... Sei lá...a velha história de temporadas. Mesmo assim, achei que pudia publicá-lo como um mensagem de final de ano e, quem sabe, de prenúncio de novos tempos. E 2007 vem aí. Quero, também, compartilhar de minha última aflição que me trouxe essa estranha realidade..Ih..senta que lá vem história! rsrs E quem nunca teve essa síndrome que atire a primeira pedra!! rs
Síndrome do “tô nem aí”
Com a idade, o poeta começa a ver o mundo com um olhar cético. Digo isso por experiência própria. Alguns irão censurar essa minha concepção pessimista diante da arte poética, mas sigo a síndrome do “tô nem aí”. Ela afeta todos os sonhadores da humanidade que se entregam de corpo e alma ao seu propósito. E, ao meu ver, a maioria dos poetas é assim.
Lembro-me até hoje do dia em que decidi oferecer uma poesia a alguém. O meu coração me disse que aquela pessoa mereceria a minha admiração e o meu compromisso eternos.
Atos que desapareceram de nossa Sociedade. Ninguém mais se compromete em suas ações ou admira alguém. Pois crescemos muito mais quando temos um Outro em que podemos ter como referência. Isso não é insegurança. Não há melhor demonstração de humanidade do que extrair do próximo o que existe de melhor nele. E as palavras nos ajudam nesse intento.
Sinto-me incapaz quando o meu texto se fecha em meu mundo. Ele pode ser fraco, mas nunca será perfeitamente egoísta. Escrever bem significa grafar com o Coração.
O poeta se entristece com o passar dos anos. A sua vida costuma ser edificada por sofrimentos que culminam na arte poética. Irrito-me ao constatar que todos se alegram com as palavras de que não gosto.
Quem nunca pensou que “aquele” texto maravilhoso fosse visto como “mais um”, pelo leitor, que rasgue a sua primeira obra!
Assim, surge o ceticismo. Defendemo-nos das críticas com falsas respostas. Isso, então, se agrava nos momentos de rejeição. Um poeta, por mais que possa disfarçar, não gosta de ser rejeitado.
Por isso, andamos afastados da Sociedade. Um poeta não escolhe ser solitário, como diversos livros insistem em dizer. Muito menos a análise pelos textos que ele lê ou escreve, porque as letras são suas amigas de longa data.
Erra o escritor que pensa em ganhar fortuna através de livros. Se fizesse isso, estaria prostituindo os seus pensamentos e todos aqueles que contribuíram para a realização de cada obra. O leitor deveria comprá-los por prazer.
Entretanto, a realidade não é essa. O ceticismo volta na forma de péssimos textos ou textos pessimistas. Somos atacados por uma auto-crítica feroz contra o que pensamos sobre a realidade. A cada dia, sentimo-nos sozinhos na luta contra o ceticismo. Devo parar aqui... A minha consciência poética não quer reduir o número de poetas no mundo.
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